A Trata-me Por Tu é uma Associação de Intervenção Comunitária, constituída a 7 de Março de 2018, surgiu da vontade de um grupo de pessoas que acreditam ser possível melhorar a qualidade de vida e integrar, de uma forma plena, aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade, ou seja, de pobreza, de exclusão social, de toxicodependência.
A associação trabalha com base no princípio do voluntariado e intervém nas seguintes áreas: prevenção, redução de danos, reinserção e envolvimento da comunidade, com o propósito de integrar e promover a aproximação dos beneficiários às suas dinâmicas, e dá relevo a um dos valores que rege a associação, que é a Cidadania.
Só promovendo a relação entre a comunidade e os beneficiários é possível que estes últimos reconheçam o seu papel ativo, com deveres mas também com direitos, reforçando a Justiça Social. Sendo os beneficiários pessoas com competências e capacidades válidas, passíveis de serem valorizadas e transmissíveis, são desenvolvidas atividades voltadas para a comunidade.
Sendo o trabalho em rede fundamental para o sucesso da intervenção e para a eficiência das respostas, optámos por integrar o Conselho Local de Ação Social do Porto (CLAS) e o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Porto (NPISA). Esta inserção possibilita a articulação entre entidades que procuram dar respostas às mesmas problemáticas.
O que nos diferencia é o facto de darmos voz a quem sente na pele estes problemas sociais e recorremos a ela para formar, então, uma resposta mais consciente e de encontro com as expectativas da população por quem lutamos.
Está em questão a igualdade de oportunidades. Cada pessoa tem os mesmos direitos e deveres e que a capacitam para uma vida social com dignidade e respeito para com diversidades culturais, promovendo o desenvolvimento na prática. Não é tarefa fácil, pois muitos ainda não conhecem bem o tema e a importância deste conceito. É bom que se fale do mesmo de forma simples para uma melhor coexistência entre o indivíduo e a sociedade.
Necessidade de amor e afiliação. A pessoa, para se sentir incluída, precisa de se relacionar com os que lhe são próximos e familiares, partilhando cuidados e afetos. A afetividade potencia o ser humano a revelar os seus sentimentos em relação ao outro e também nas suas várias atitudes que precisam ser cultivadas para que os relacionamentos prosperem, quer na vida particular, quer em sociedade.
É a condição de cidadão, o direito e dever do indivíduo de participar ativamente na vida da comunidade de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes à mesma. O direito e o dever estão interligados. A ausência de cidadania está diretamente relacionada com a marginalização e/ou exclusão da vida social e da tomada de decisão. Deixa de haver uma sociedade equilibrada e justa. Teoricamente, no conceito de cidadania é imprescindível que haja uma boa organização social.
Ser tolerante é respeitar as convicções, crenças, opiniões e comportamentos de cada pessoa como ser único e individual. A tolerância é uma das muitas medidas da ONU (Organização das Nações Unidas), promovendo a integração individual de cada pessoa e favorecendo a paz entre todos. “É mais do que ter um posicionamento inativo ou permanecer insensível às diferenças entre homens e mulheres, culturas e crenças.” Como afirma Audrey Azoulay, diretora da ONU, essa atitude é um “estado de mente, uma consciência e uma exigência.”
Intrínseca à natureza humana, o respeito pela dignidade deverá ser sempre indissociável da condição humana. Não é algo que se meça pela cor da pele, género, orientação sexual, religião, etnia ou classe social. Não está relacionada ao estado de consciência da pessoa, pois mesmo inconsciente a dignidade deve ser mantida, considerada e respeitada. Todos somos seres humanos e devemos ser respeitados por isso. O que, infelizmente, na prática nem sempre acontece.